Richard Strauss
Autor aposta em poema sinfônico
Colaboração para a Folha Online
"Posso não ser um compositor de primeira classe. Mas sou um compositor de segunda classe de primeira". Assim se autodefiniu Richard Strauss, o mais importante nome da música alemã dos primeiros anos do século 20.
Richard Strauss nasceu em Munique, em 1864. Filho de Franz Strauss, um dos principais trompetistas do século 19, cresceu em um ambiente que não poderia ser mais propício para a música. Com menos de cinco anos, aprendeu a tocar piano. Aos seis, compôs as primeiras peças: Schneiderpolka e Weihnachtslied --a mãe escreveu o texto e coube ao menino fazer a música.
Poucos compositores foram tão bem-sucedidos materialmente como Strauss. Já no início da carreira, suas primeiras obras eram bem recebidas pelo círculo musical da época, sendo inclusive regidas por importantes maestros. Entre eles, Hans von Bulow, que achou o jovem Strauss tão talentoso que, em 1885, chamou-o para ser seu assistente em Meiningen.
Foi então que Strauss recebeu instruções de teoria da composição e orquestração, além de entrar em contato com a "música do futuro", de Franz Liszt e Richard Wagner - para infelicidade do pai conservador, que não apreciava as inovações de Wagner.
Um ano mais tarde, compôs a primeira obra do gênero que o consagraria: o poema sinfônico Aus Italien. A partir daí, não parou mais de criar sucessos --Don Juan (1888), Morte e transfiguração (1889), Till Eulenspiegel (1894), Assim Falou Zaratustra (1896), entre outros.
Strauss se apaixonou pela cantora Pauline Maria de Ahna. A soprano viria a se tornar sua esposa em 1894: os dois tiveram um casamento extremamente feliz, e ela foi uma grande fonte de inspiração para o compositor.
O grande objetivo de Strauss era alcançar o teatro, a ópera. Depois de duas tentativas não muito bem-sucedidas, estrearam na primeira década do século 20 as óperas Salomé e Elektra, que o tornaram referência em música alemã da época.
Além de compositor, Strauss foi por vários anos diretor da Ópera Real de Berlim, diretor da Ópera de Viena e um dos criadores do Festival de Salzburgo, além de organizar um sindicato para a categoria.
Na primeira metade do século 20, já sob o regime nazista, Strauss aceitou a presidência do Reichsmusikkammer, espécie de Ministério da Música alemão. No entanto, após uma série de divergências ideológicas, e pelo fato de a nora e os netos serem judeus, Strauss logo foi desligado da função. Morreu no dia 8 de setembro de 1949, aos 85 anos.
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