Coleção Folha de Música Clássica

1 - Mozart 2 - Chopin 3 - Beethoven 4 - Tchaikovsky 5 - Mendelssohn 6 - Schubert 7 - Mahler 8 - Rossini 9 - Wagner 10 - Schumann 11 - Dvorák 12 - Rimsky-Korsakov 13 - Berlioz 14 - Vivaldi, Pachelbel e Bach 15 - Haydn 16 - Bernstein 17 - Bach 18 - Strauss 19 - Stravinsky 20 - Villa Lobos, Gomes, Moncayo e Ginastera 21 - Brahms 22 - Bizet e Grieg 23 - Prokofiev 24 - Gershwin, Ravel e Debussy 25 - Beethoven 26 - Strauss 27 - Puccini 28 - Delibes 29 - Tchaikovsky, Grieg e Mozart 30 - Haydn 31 - Mozart 32 - Debussy 33 - Franck 34 - Chopin 35 - Schubert 36 - Mahler
5 - Mendelssohn

Biografia

Curiosidades

Contexto histórico

Quiz

Obras

Sites relacionados

Felix Mendelssohn

Berço ilustre leva músico à erudição

Colaboração para a Folha Online

Um eclético. Além de compositor, ele era também pintor, escritor, esportista --praticava natação, esgrima e equitação- e, segundo consta, era exímio dançarino. Homem refinado, poliglota, membro de uma rica família de banqueiros e intelectuais judeus convertida ao cristianismo, Felix Mendelssohn mostrou-se um talento precoce. Com apenas 17 anos, compôs uma unânime obra-prima: a abertura para Sonho de uma noite de verão (A Midsummer Night's Dream), baseada na obra de William Shakespeare.

Um ano antes, compusera um octeto para cordas. Aos 20 anos, já havia composto uma boa quantidade de cantatas, sinfonias, óperas, quartetos e concertos. Nascido em Hamburgo, na Alemanha, em 3 de fevereiro de 1809, foi idolatrado como gênio por seus contemporâneos germânicos. Sua música, porém, foi banida do país durante o nazismo.

Era neto do filósofo judeu Moses Mendelssohn e, desde cedo, teve uma educação esmerada. Vivendo em um ambiente culturalmente sofisticado, em meio abastado, recebeu da mãe as primeiras lições de piano e, aos 9 anos, publicou uma tradução de Andria, obra clássica de Terêncio, célebre poeta da Roma antiga.

Na mesma época, já apresentava seus primeiros concertos e, aos 12 anos, chegou a tocar especialmente para o poeta alemão Johann Wolfgang von Goethe. Apesar da enorme diferença de idade --Goethe então tinha 72 anos--, os dois teriam ficado grandes amigos. Mais tarde, na Universidade de Berlim, seria aluno do filósofo Georg Friedrich Hegel, ao mesmo tempo que estudava desenho e pintura na Escola de Belas Artes.

Quando completou integralmente seus estudos acadêmicos, Mendelssohn recebeu a permissão do pai, o banqueiro milionário Abraham Mendelssohn, para, enfim, dedicar-se em tempo integral à música, sua maior paixão. Também com a devida autorização e o financiamento paterno, empreendeu uma série de longas viagens pela Europa, com o objetivo de ampliar ainda mais seu universo cultural e musical. Esteve, por exemplo, na Inglaterra, Irlanda, Áustria, Itália e França. Pelo caminho, fez amizades com vários compositores, a exemplo de Chopin, Liszt e Berlioz.

Ao conhecê-lo, Berlioz escreveu: "O que ouvi dele me entusiasmou, estou fortemente convencido de que é um dos maiores talentos musicais de nosso tempo e é também uma dessas almas cândidas que raras vezes encontramos". Já o poeta Heine o trataria como um "segundo Mozart": "Excetuando-se o jovem Mendelssohn, que é um segundo Mozart --e sobre isso todos os músicos estão de acordo-- não conheço nenhum outro músico genial em Berlim", disse Heine.

Além do mérito de sua própria obra, Mendelssohn também foi responsável pela redescoberta de outro gênio da música universal. Em 1829, regeu em Berlim a Paixão Segundo São Mateus, do então esquecido Johann Sebastian Bach, cuja obra havia conhecido por meio de seu professor de piano, Karl Friedich Zelter. A partitura de Bach, que não era levada ao público desde a morte do compositor, ocorrida quase um século antes, fora-lhe presenteada pela tia-avó, Sara Levy. O amor de Mendelssohn pela música barroca de Bach levaria o amigo Berlioz a comentar: "O único defeito de Mendelssohn é que ele ama demasiadamente os mortos".

Mendelssohn era também admirador de Handel, de quem recebeu notória influência. Além disso, foi um dos primeiros músicos a valorizar os últimos quartetos de cordas compostos por Beethoven, composições consideradas um tanto quanto herméticas naquele tempo.

Em 1837, Mendelssohn casou-se com Cécile Jeanrenaud, filha de um clérigo da igreja francesa, com quem teve cinco filhos. Em 1843, fundou o prestigioso Conservatório de Música de Leipzig, onde junto com outros mestres, como Robert Schumman, dava aulas de composição e piano. Quatro anos mais tarde, sua irmã, Fanny Mendelssohn, também compositora, morreu subitamente. Ao receber a notícia, em Frankfurt, Mendelssohn passou mal e desmaiou. Os médicos diagnosticam uma trombose cerebral.

A partir de então, sua saúde nunca mais seria a mesma. Vítima de violentas e sistemáticas crises nervosas, viajou para uma temporada de repouso na Suíça. O tratamento não deu muito resultado. Quando retornou de lá, sem condições de trabalhar, pediu demissão do Conservatório de Leipzig. Em 4 de novembro de 1847, com apenas 38 anos, morreu em meio a um ataque de apoplexia (perda temporária da função cerebral).

     
A COLEÇÃO
BIOGRAFIAS SAIBA MAIS

Copyright Folha Online. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página
em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folha Online.