Coleção Folha de Música Clássica

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Sergei Prokofiev

Enfant terrible mistura lirismo e humor

Colaboração para a Folha Online

Um enfant terrible. Era assim que Sergei Sergeievich Prokofiev era conhecido pelo exagero em suas composições. Pianista e compositor do modernismo clássico, ganhou fama por suas obras muitas vezes incompreensíveis.

Natural de Sontsovka, cidade localizada na atual Ucrânia (antigo Império Russo), nasceu no dia 23 de abril de 1891. Filho único, era mimado pelos pais, o engenheiro agrônomo Sergei Alekseevitch e a pianista amadora Maria Grigoryevna.

Demonstrando, ainda criança, um grande fascínio pela música, foi levado pela mãe a estudar no Conservatório de São Petersburgo, onde conheceu o compositor russo Rimsky-Korsakov, principal mentor de seu carreira.

Ainda pequeno, já era uma promessa na música e com apenas 16 anos produzia sua Sonata para piano n. 1. Sempre dedicado aos estudos, foi homenageado em 1911 com o Prêmio Anton Rubinstein como melhor aluno do conservatório.

Em 1914, o coreógrafo russo Diaghilev, impressionado com seu trabalho ultra-moderno, encomenda uma peça para ballet a Prokofiev. A obra, intitulada Ala e Lolli, foi rejeitada, mas uma segunda chance lhe foi dada. Compõe então O Bufão, encenada em 1921. Mais tarde, modificou a obra recusada e a transformou na suíte orquestral Suíte Scythian, que estreou na Rússia em 1916. Execrada pela crítica, que a considerou muito extravagante, a composição foi diversas vezes aplaudida pelo público.

Já muito famoso, em 1915, Prokofiev é solicitado pelo Teatro Maryinsky a realizar uma ópera. O resultado foi O Jogador, baseado em uma história de Dostoievsky. Com a Revolução Russa de 1917, deixa o país e passa a viver entre os Estados Unidos e a França.

Fez tanto sucesso entre os americanos que resolveu completar a ópera O amor das três laranjas (1919), como um presente à América.

Bem sucedido no trabalho, Prokofiev começou a prestar mais atenção nas mulheres. Os cabarés passaram a ser seu passeio favorito. Sua fama de conquistador já era conhecida quando, após um concerto em Nova York, conhece sua futura esposa, a soprano espanhola Carolina Codina, mais conhecida como Lina Llubera. Casaram-se em setembro de 1923. Tiveram dois filhos Sviatoslav, que nasceu em 1924, e Oleg, quatro anos mais novo.

Prokofiev passou a excursionar por vários países do mundo, fazendo apresentações inclusive no Japão. Aproveitou os novos ares para compor e entre as principais obras desta fase está a fábula O Anjo de Fogo, que retrata a luta entre o bem e o mal . Em 1929, entregou a Diaghilev o ballet L' enfant prodigue, última encomenda feita pelo coreógrafo, que morreu dois meses após a estréia, em Veneza.

No ano seguinte, Prokofiev iniciou uma vitoriosa turnê pelos Estados Unidos, que se estendeu por Cuba e Canadá. O estilo debochado e às vezes desconexo era motivo de orgulho para Prokofiev, que nunca se preocupou com formalidades. Entre os gêneros cultivados estão óperas, peças infantis, concertos, balés, trilhas sonoras para o cinema e sinfonias.

As criações de Prokofiev são ricas tanto nas invenções melódicas quanto na arte de instrumentação, conseguindo mesclar elementos de percussão e lirismo. Algumas de suas composições são irônicas, sugerindo ao mesmo tempo um forte apelo popular e sutis demonstrações de refinamento. Mas boa parte de sua música é fácil, engraçada e até romântica.

Em 1936, volta a morar definitivamente em Moscou com a família, mas no início da década de 40 o regime stalinista o impede de sair do país. O governo passa a proibir o casamento de soviéticos com estrangeiros, tornando inválida a união de Prokofiev e Lina. Eles se separam para sempre. Prokofiev se casa novamente, dessa vez com a poetisa Mira Mendelssohn.

Uma terrível censura toma conta da classe artística na Rússia e Prokofiev é denunciado por "formalismo burguês". Tentou resistir, mas acabou sendo obrigado a se retratar. Nessa fase, compôs uma série de obras patrióticas para agradar às autoridades soviéticas. Entre elas está a Sétima sinfonia (1951), que receberia postumamente o Prêmio Lênin.

No dia 5 de março de 1953, Prokofiev morreu subitamente, vítima de hemorragia cerebral. Por coincidência, minutos antes também falecia o ditador russo Josef Stalin.

     
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