Coleção Folha de Música Clássica

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5 - Mendelssohn

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Contexto histórico

Colaboração para a Folha Online

Para muitos, Mendelssohn não é um romântico, como seus contemporâneos, mas sim um epígono, ou seja, um mero continuador da geração anterior a sua, o Classicismo. O rótulo, no entanto, não lhe faz justiça. Ainda que sua obra tenha dívidas evidentes para com a música vienense, sua produção mais madura caracteriza-se justamente pelo equilíbrio entre a forma clássica e o colorido do Romantismo. Além do mais, sua linguagem musical é extremamente pessoal.

Portanto, pode-se dizer que Mendelssohn se inspirou em sentimentos genuinamente românticos, muitas vezes baseadas em temas literários (característica do Romantismo musical), para compor obras com apurada qualidade formal, especialidade do Classicismo. Sua vida pessoal, cercada de confortos materiais e do ambiente intelectual sofisticado, não se prestaria mesmo aos arroubos e à mítica do estereótipo do artista romântico, tuberculoso, idealista, miserável e meio louco.

Sua música pode ser classificada como uma espécie de "Romantismo Semi-Clássico". Uma de suas principais composições, o Concerto para violino em mi menor, opus 64, de 1844, é sem dúvida uma das mais melodiosas e sensíveis peças da música do século 19.

No século 20, com a chegada do nazismo de Hitler ao poder, a música do judeu Mendelssohn foi banida das salas de concerto na Alemanha. O veto nazista, junto ao preconceito geral de que era um artista que conseguira tudo na vida sem ter feito o menor esforço, foi responsável pelo relativo esquecimento a que sua obra seria submetida durante muito tempo em seu país de origem. Esquecimento que, em certa medida, Mendelssohn experimentaria em todo o mundo.

Hoje, tais julgamentos não fazem o menor sentido. Apesar de algumas obras para piano terem caído, de fato, em desuso, outras obras são bastante executadas, como algumas das Canções sem palavras ou as Variações sérias. Também a música de câmara tem estado presente no repertório.

     
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