Coleção Folha de Música Clássica

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10 - Schumann

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Robert Schumann

Contexto histórico

Colaboração para a Folha Online

O ano de 1810 marca o nascimento não só de Robert Schumann, mas também de Chopin. Ao lado de Liszt e Mendelssohn, eles fariam parte da chamada "Geração de 1810", que reuniria os primeiros compositores do Romantismo na música.

A obra de Schumann, aliás, será vista posteriormente como uma das grandes realizações da estética romântica. Schumann recebeu influência direta dos principais escritores e poetas do Romantismo alemão, a exemplo de E. T. A. Hoffman e Heine. Não é à toa que sua obra esteja recheada de referências literárias e, ele próprio, tenha se dedicado à literatura.

Depois do caminho aberto por Schubert, Schumann viria a se tornar também um mestre no lied, composição de caráter lírico, cantada, baseada em textos literários, gênero essencialmente romântico. O ano de seu casamento com Clara Wieck (a partir daí, Clara Schumann), 1840, marca o melhor de sua produção nesse gênero. A maior parte dos lieder produzidos por ele nessa época é dedicada justamente à esposa.

Assim como Chopin, Schumann preferia as pequenas formas musicais, sendo considerado um extraordinário inventor de melodias. A despeito disso, também compôs peças maiores, como sonatas e sinfonias de rara beleza, como bem prova a Sinfonia n.º 3, a "Renana", de 1850, ou mesmo a Sinfonia n.º 4 em ré menor, de 1851. Os especialistas apontam essas duas obras como pontos altos da produção musical de Schumann.

Duas das mais marcantes características do Romantismo, aparentemente inconciliáveis, vão estar presentes na obra de Schumann. De um lado, o traço idílico, sensível, que facilmente pode ser percebido nas Cenas infantis op. 15 (Kinderszenen), de 1838. Do outro, uma certa atração pelo diabólico e pelo misterioso, que Schumann registrará, entre outros momentos, na Kreisleriana, composta no mesmo ano de 1838 e inspirada pelo personagem Kreisler, de E. T. A. Hoffman --escritor célebre por suas narrativas fantásticas e fantasmagóricas.

A música de Schumann fecha um ciclo na Alemanha. Ela será renegada pela geração posterior, os chamados "pós-românticos", que verão nele um autor anacrônico, superado. É o caso de Wagner, que antecipará algumas das revoluções vividas pela música no século 20. Nem mesmo o discípulo mais dileto de Schumann, Brahms, irá seguir-lhe os passos. O reconhecimento virá muitos anos mais tarde, quando as conquistas provocadas pela tempestuosidade da nova geração estiverem devidamente consolidadas.

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