Richard Wagner
Contexto histórico
Colaboração para a Folha Online
Até 1871, a Alemanha não existia como um Estado unificado. Mesmo que a música sempre houvesse exercido papel predominante na vida germânica, a ausência de uma capital centralizada não possibilitava a existência também de uma cidade única, para a qual se concentrasse a produção artística da época. No século 19, o sentimento nacionalista vai alimentar, em toda Europa, a busca de uma identidade própria, principalmente no campo da arte.
Foi justamente Richard Wagner quem contribuiu, em grande estilo, para a criação de uma identidade nacional alemã. Nome de proa da corrente progressista do chamado "segundo Romantismo", poucos compositores exerceram impacto tão profundo sobre a história da música quanto ele.
A Wagner coube a missão de revolucionar a ópera do país e do mundo, de torná-la mais envolvente. A evolução veio não apenas em relação à independência dos modelos estrangeiros, mas também ao transformar a ópera em um gênero tão inovador que acabou por influenciar compositores de todas as épocas.
Wagner lutou arduamente contra a ópera italiana tradicional. Em sua obra, deu maior destaque à orquestra, escreveu textos de extrema qualidade e introduziu o leitmotiv --pequeno tema que identifica musicalmente situações, personagens e sentimentos--, usado pela primeira vez na ópera Lohengrin (1848). Como temas, adotou a mitologia germânica e escandinava.
Em relação à harmonia, o compositor também foi revolucionário. O cromatismo --modulação constante de um tom a outro-- utilizado em obras da maturidade, tornou-se base das experiências de toda a música moderna. Não é à toa que foi consagrado, junto a Franz Liszt, com o criador da "música de futuro".
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