Coleção Folha de Música Clássica

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6 - Schubert

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Contexto histórico

Colaboração para a Folha Online

Da mesma forma que Beethoven, Schubert é considerado um compositor de transição entre o Classicismo e o Romantismo. Assim como Mendelssohn, ele também poderia ser classificado como uma espécie de "romântico semi-clássico".

Os historiadores da música costumam falar da existência de "dois Schuberts". O primeiro, mais popular, autor de marchas, danças e canções ligeiras e sedutoras; um segundo, menos conhecido, autor de sinfonias ousadas, de composições camerísticas mais elaboradas e - respeitadas as devidas proporções -, um sucessor da obra monumental de Beethoven. Morto aos 31 anos, especula-se sobre o quanto ainda teria a produzir caso tivesse vivido algum tempo a mais.

Costuma-se dizer que a principal diferença entre Beethoven e Schubert é que, enquanto o primeiro era essencialmente um criador, o segundo teria se amoldado com mais facilidade às formas tradicionais do classicismo, produzindo uma obra de menor potencial artístico e revolucionário. Há quem discorde. O crítico Otto Maria Carpeaux, por exemplo, considerava Schubert um grande inovador, especialmente em suas obras de câmera, em que teria antecipado Chopin, Schumann e mesmo Wagner.

O fato é que, durante toda a vida, praticamente Schubert não saiu de Viena. Sendo assim, há uma influência bem grande da música folclórica austríaca, e mais especificamente da música vienense, perpassando a quase totalidade de sua obra. Isso não significa dizer que ele seja apenas um compositor "folclórico", preso às estruturas tradicionais. Ao contrário, o mesmo Carpeaux via em certas "imperfeições", apontadas pela crítica durante muito tempo na obra de Schubert, como inovações bem familiares àquelas conquistadas por Beethoven.

     
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