Wolfgang Amadeus Mozart
Contexto histórico-cultural
Colaboração para a Folha Online
A Europa do início do século 18 tentava tomar fôlego após as lutas sangrentas dos anos anteriores. Neste cenário, Salzburgo, terra de Mozart, se mostrava como uma pequena cidade de província, com 10 mil habitantes, que tinha a sorte de localizar-se numa das rotas em que cruzavam trajetos germânicos e italianos. Com suas famílias nobres, seus grandes burgueses, seus pequenos funcionários e seus artesãos, vivia totalmente centrada em torno do príncipe-arcebispo e de sua corte.
Um bom músico como Leopold, pai de Mozart, e outro que beirava a genialidade, como Michael Haydn (irmão de Joseph), lá não passavam de empregados domésticos. Com Wolfgang, a história se repetiu e ele também se sentiu desprezado na própria casa, sob as severas ordens do arcebispo Hieronymus Colloredo. Daí a preferência do compositor em passar longo tempo longe de suas raízes.
Tirania à parte, é preciso reconhecer que os príncipes-arcebispos que atuaram em Salzburg contribuíram para a promoção da cultura européia, especialmente na música com a afinada Salzburg Court Orchestra. Por meio do trabalho deles e de seus brilhantes subalternos, Salzburg tornou-se uma formidável cidade musical.
Neste período, Amadeus já era bastante conhecido e respeitado. Sua obra é considerada por alguns como a mais clássica de todo o século 18. "Todas as formas musicais existentes foram utilizadas e transformadas por Mozart", opina o maestro Walter Lourenção, da Rádio Cultura FM. Durante sua vida, fez preciosos contatos com músicos proeminentes na época. Em Londres, por exemplo, conheceu Johann Christian Bach, último filho de Johann Sebastian Bach. Foi, também, amigo do cantor Farinelli, que o incentivou na arte do canto.
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