Joseph- Maurice Ravel
Luta entre impérios agita virada do século
Colaboração para a Folha Online
A luta de interesses entre grandes impérios e as várias nações européias marcaram o final do século 19. A tendência nacionalista emergia e desencadeou diversos conflitos, interferindo não só na política econômica dos países, mas também na visão sócio-cultural.
Enquanto a paixão pela pátria movia o trabalho de alguns artistas, outros preferiam apenas usufruir do momento eletrizante em que vive a luminosa Paris.
Ravel não ficou incólume aos acontecimentos e passou a questionar os valores que afligiam sua pátria. Decidiu, então, se alistar no exército. Ele desejava atuar na linha de combate francesa no início da Primeira Guerra Mundial, mas foi rejeitado por estar alguns quilos abaixo do peso ideal. Engajado nesse novo desafio, atingiu os padrões exigidos e conseguiu entrar para as forças armadas em 1915.
Ravel serviu à França dirigindo ambulâncias no front, atividade que ele considerou humilhante para alguém com suas capacidades. Após dois anos foi obrigado a abandonar o posto devido à morte de sua mãe.
O período pré-modernista, ou impressionista, chamava a atenção pelo excesso de linhas e formas. Nesse sentido, era comum a mescla de idéias e estilos musicais. Assim, as obras do francês Claude Debussy serviram como inspiração para Ravel e o influenciaram em alguns aspectos.
Seus trabalhos se tornam parecidos na atração pela música oriental e no preciosismo temático inspirado pelo simbolismo. Mas divergem em outros aspectos. A música de Debussy é estática, valorizando as pausas, já a de Ravel parece estar sempre em movimento.
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