Coleção Folha de Música Clássica

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24 - Gershwin, Ravel e Debussy

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George Gershwin

"Anos loucos" impulsionam criatividade

Colaboração para a Folha Online

A fase mais rica do modernismo aconteceu nos chamados "anos loucos" da década de 20. Era a fase pós-guerra e a explosão intelectual fez com que surgissem ainda mais tendências artísticas.

Alguns anos depois da Revolução de 1917, a União Soviética se tornara uma superpotência e os Estados Unidos se viu obrigado a reforçar cada vez mais o patriotismo. Os artistas nacionais ganharam espaço e os novos talentos receberam grandes incentivos do governo americano.

Apesar da democracia o racismo ainda era latente, mesmo assim Gershwin aproveitava o momento para apresentar obras cada vez mais criativas e polêmicas. Foi o primeiro artista branco a explorar e difundir a boa música do negro norte-americano.

Música popular mesmo quando compunha para piano

Polêmico e admirado por suas qualidades artísticas, ele se tornou um dos maiores compositores da história do teatro musical.

Usando um conceito inovador, sempre causava espanto à crítica especializada. Um de seus trabalhos mais chocantes e discutidos foi sem dúvida o Concerto em fá (1925), onde mistura charleston, blues, ragtime, jazz e música clássica.

Em um depoimento Gershwin esclarece: "Considero o jazz a música do povo, uma manifestação artística muito poderosa e que, provavelmente, está no sangue do povo americano mais do que qualquer outro estilo de música. Acho que o jazz pode constituir a base de sérios trabalhos sinfônicos de valor real e duradouro."

Entre seus sonhos estava elevar o jazz americano ao mesmo nível da música clássica européia.

Improviso e pefeição

Gershwin foi um artista com extrema auto- crítica, apesar disso adorava improvisar. Seus improvisos eram de uma perfeição invejável.

Bastante exigente, estava sempre em busca do melhor. Mas esse perfil acabou se transformando em complexo de inferioridade quando o assunto era música de concerto. Mesmo com o sucesso não se considerava bom o bastante, e por isso continuava estudando.

O crítico literário Otto Maria Carpeaux tem a melhor definição de todas para o fenômeno George Gershwin; "Não convém ser rigoroso demais. Vida e obra de Gershwin foram uma sinfonia inacabada".

     
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