Coleção Folha de Música Clássica

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20 - Villa Lobos, Gomes, Moncayo e Ginastera

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Alberto Ginastera

Movimento artístico exalta cultura regional

Colaboração para a Folha Online

A música de Alberto Ginastera se projetou num cenário político conturbado. Era o tempo do governo populista de Juan Domingo Perón (1946-1959 e 1973-1974), que tomou o poder por meio de um golpe de Estado e instituiu um regime de características fascistas após o horror da Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

Nesse período, contudo, o Movimento Nacionalista que surgiu na Europa no século 19, na esteira do Romantismo, chega à América do Sul. Então, ao lado do brasileiro Heitor Villa-Lobos e do mexicano Carlos Chávez, Ginastera torna-se um dos principais representantes latino-americanos dessa escola.

Como corrente estética, o movimento primava pela pesquisa, resgate e exaltação dos elementos regionais e populares por meio da cultura erudita - fosse na literatura, nas artes plásticas ou na música. Fizeram parte desse círculo Stravinsky, Mussorgsky, Dvorák, Bartok e Kodalyi.

Datam dessa época suas obras de maior apelo nacionalista, como o Panambí (1937) e Estancia (1941). Depois disso, Ginastera assistiu ao declínio do governo de Perón, que foi deposto e exilado em 1955, dando início a 30 anos de ditaduras militares e frágeis democracias no poder.

E pouco antes do chamado período da Guerra Suja (1976-1983), em que dezenas de milhares de argentinos acusados de subversivos "desapareceram", o compositor decide mudar-se definitivamente da Argentina, estabelecendo residência em Genebra, na Suíça, a partir de 1970.

Embora não tenha se envolvido com a política diretamente, Ginastera nunca simpatizou com o regime militar, que chegou ao fim em 1983, quando a Argentina elegeu o presidente Raúl Alfonsín.

     
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