Coleção Folha de Música Clássica

1 - Mozart 2 - Chopin 3 - Beethoven 4 - Tchaikovsky 5 - Mendelssohn 6 - Schubert 7 - Mahler 8 - Rossini 9 - Wagner 10 - Schumann 11 - Dvorák 12 - Rimsky-Korsakov 13 - Berlioz 14 - Vivaldi, Pachelbel e Bach 15 - Haydn 16 - Bernstein 17 - Bach 18 - Strauss 19 - Stravinsky 20 - Villa Lobos, Gomes, Moncayo e Ginastera 21 - Brahms 22 - Bizet e Grieg 23 - Prokofiev 24 - Gershwin, Ravel e Debussy 25 - Beethoven 26 - Strauss 27 - Puccini 28 - Delibes 29 - Tchaikovsky, Grieg e Mozart 30 - Haydn 31 - Mozart 32 - Debussy 33 - Franck 34 - Chopin 35 - Schubert 36 - Mahler
20 - Villa Lobos, Gomes, Moncayo e Ginastera

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Heitor Villa-Lobos

Contexto histórico

Colaboração para a Folha Online

No início da década de 20 havia um descontentamento geral por grande parte dos artistas brasileiros. Intelectuais, pintores, músicos, enfim revolucionários da arte começaram a se unir com o propósito de abandonar os valores estéticos antigos e mostrar as novas tendências. Esta agitação já estava ocorrendo na Europa, mas sofria forte resistência por parte da elite brasileira, principalmente a paulista, tão influenciada pelas formas tradicionais e conservadoras.

Foi quando em fevereiro de 1922 alguns jovens, liderados por Mário e Oswald de Andrade, se reuniram e organizaram a Semana de Arte Moderna. O evento, que aconteceu no Teatro Municipal de São Paulo, tinha como objetivo inovar os trabalhos artísticos e romper de vez com o academicismo presente, criando uma 'nova arte nacional'. Sem perfeição estética ou padrões definidos.

Considerado na época o maior representante da música modernista brasileira, Villa-Lobos foi convidado a participar do acontecimento. Entusiasmado, subiu ao palco usando em um dos pés uma sandália e uma atadura no dedão. O ferimento era real, mas o público entendeu como uma atitude provocativa e vaiou.

Entre urros e xingamentos apresentou a Sonata n°2, Danças características africanas, Quarteto simbólico e Impressões da vida mundana.

A liberdade de expressão tão sonhada escandalizou a opinião pública. E os críticos execraram todos os envolvidos. Incluindo, é claro, o já famoso maestro. Foi nessa época que resolveu sair um pouco do país e partiu para a Europa.

Politicagem

Estudiosos dividem seu trabalho em três fases: A 'modernista', que corresponde às primeiras viagens à Paris e a sua participação na Semana de Arte Moderna. A 'oficial', onde promoveu cerimônias e apresentações públicas com peças de forte apelo nacionalista. E a 'neoclássica', quando compôs as famosas Bachianas Brasileiras.

É certo que Villa-Lobos nunca deixou de lado o nacionalismo em suas obras, mas na fase 'oficial' o termo refere-se não apenas às belezas naturais do país e de seu povo, mas cria uma exaltação patriota e ufanista. Os críticos divergem se houve um tanto de ingenuidade por parte do compositor, mas o fato é que acabou se tornando o músico oficial da ditadura e serviu aos propósitos do Estado Novo de Getúlio Vargas.

Em 1942 o então presidente brasileiro e o norte- americano Franklin Delano Roosevelt organizaram alguns eventos nos dois países pela 'Política da Boa Vizinhança'. O maestro Villa-Lobos foi incumbido de selecionar os melhores músicos e sambistas brasileiros para gravar um disco junto com o músico Leopold Stokowski e a The American Youth Orchestra. O resultado foi a coletânea Brazilian Native Music, que contou com a participação de Pixinguinha, Donga e Cartola, entre outros.

Antes de partir à América para uma série de apresentações, o maestro declarou: "Irei aos Estados Unidos somente quando os americanos quiserem me receber como eles recebem ao músico europeu, isto é, em razão das minhas próprias qualidades e não por considerações políticas..."

     
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