Coleção Folha de Música Clássica

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Claude Debussy

Idéias modernistas instauram nova arte

Colaboração para a Folha Online

A Europa no início do século era o centro do mundo, o berço dos acontecimentos artísticos. A forma clássica ainda imperava, mas os modernistas chegavam com força total para mudar este quadro.

Debussy era um deles, não queria seguir os esquemas tradicionais e buscava sempre o livre arbítrio nas composições. Suas idéias ajudaram a mudar os conceitos sobre a arte.

Amigos não lhe faltavam, e agitado com a possibilidade de uma revolução cultural, passa a freqüentar ativamente a vida social e intelectual de Paris, que nesta época fervilhava de novidades. Tornou-se um verdadeiro homem da 'belle époque', sendo visto por muitos como um 'boa vida'.

Estava sempre presente nos cafés e saraus da cidade, aguçando seu interesse também pela literatura, pintura e obras do gênero.

A vida eclética que passou a ter iria influenciar decisivamente em suas produções. Cortou todos os laços com a supremacia musical que imperava, perseguindo apenas o som puro e real, concentrando-se nos elementos a serem explorados e nas emoções.

Para Debussy, "Não existe teoria. É necessário somente ouvir. Prazer, esta é a lei."

Impressionismo

Debussy nunca aceitou ser qualificado como impressionista, mas com uma linguagem própria, sua música introduziu traços característicos do impressionismo. Um novo vocabulário musical passou a ser conhecido, criou uma dicção musical da poesia, descobriu refinamentos de timbres e efeitos sonoros, modificou o uso da tonalidade, do ritmo e da harmonia.

Além disso, usou em seu Quarteto de cordas (1893) uma sucessão de acordes isolados, como o pontilhismo dos pintores impressionistas, ao invés da seqüência tradicional. Foi considerado também o compositor da poesia simbolista, musicando entre outras as Ariettes oubliées e Fêtes galantes do poeta Verlaine.

As obras de Debussy não chegaram a revolucionar a história da música, mas influenciaram muitos artistas renomados como Ravel, Satie e Bartók, marcando o fim da era wagneriana.

Em suas últimas obras, como En blanc et noir (1915), nota-se um tom ainda mais inovador e é a chave para que aconteça o ataque do grupo Stravinsky-Cocteau contra o chamado "simbolismo nebuloso" de Debussy.

Apesar dos contras, Debussy era adorado pelos nacionalistas franceses que o apelidaram "Claude de France" por ter tirado dos alemães a hegemonia no reino da música.

     
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