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Robert Schumann

Pianista alemão luta contra a loucura

Colaboração para a Folha Online

"Ele ouvia as vozes dos anjos e anotava suas músicas. Mas logo os anjos se transformaram em demônios". A frase, dita por um amigo do compositor, define aquela que foi a maior batalha de Robert Schumann durante toda a vida: a luta contra a loucura. Bem poucos artistas encarnaram o espírito do romantismo tão bem quanto ele.

Robert Alexander Schumann nasceu em Zwickau, Saxônia (Alemanha) em 1810. Cresceu entre livros --seu pai era livreiro e editor. A mãe, uma mulher culta. Esse ambiente doméstico favoreceu a aproximação do menino com a poesia e a literatura em geral. Era admirador de Lord Byron e E. T. A. Hoffman símbolos de um romantismo às vezes soturno e melancólico, de quem recebeu notória influência em sua obra musical.

O próprio Schumann se dedicou à literatura. Além de músico e compositor, era poeta, o que levou parcela da crítica mais apressada a defini-lo como um escritor que, por engano, entregou-se à música.

A primeira das desventuras de Schumann ocorreu bem cedo. Apaixonou-se e foi correspondido por Clara, a filha de seu professor de música, o severo Friederich Wieck. O professor, que havia criado Clara para ser uma virtuose do piano, não aprovou o namoro dos dois jovens. Schumann era um dos mais pobres e, imaginava ele, menos promissores de seus alunos. O antigo mestre tornou-se, então, um feroz inimigo.

Wieck despachou a filha para uma turnê pela Europa, enquanto acusava Schumann de ser alcoólatra e demente. Começava ali um longo conflito judicial, que só terminou cinco anos depois, em 1840, quando a moça completou 21 anos e conseguiu, nos tribunais, permissão para se casar com Schumann, contrariando a vontade paterna.

Naquele ano, o compositor teve seu ano mais produtivo. "Não posso te dizer como tudo me vem facilmente. Freqüentemente componho em pé, ou caminhando, não mais ao piano. É uma música totalmente diferente daquela que primeiro passa pelos dedos, é muito mais direta e melodiosa. Tenho tanta música em mim que poderia cantar o dia inteiro", escreveu numa carta à esposa.

Aos 22 anos, Robert Schumann já sentia os efeitos de uma doença degenerativa que iria lhe dificultar o movimento dos dedos e, em pouco tempo, impossibilitá-lo de continuar tocando piano. A acalentada idéia de se tornar um grande concertista caiu por terra. Em compensação, Schumann passou a se entregar com afinco ao exercício da composição. Aos 25 anos, em 1835, produziu uma de suas obras-primas, Carnaval. Mas, à época, a fama da mulher como exímia instrumentista crescia mais depressa do que a sua. Tratado como "o marido da pianista", sofreu com crises de depressão e, posteriormente, começou a sentir alucinações e surtos psicóticos.

Enquanto sua carreira não decolava, Schumann tornou-se conhecido como crítico musical. Em 1834, fundou a Nova Revista de Música, em que publicava artigos sobre os principais compositores e intérpretes alemães da época, além de promover artistas iniciantes, principalmente Brahms, de quem se tornou grande amigo e que viria a se tornar quase um membro de sua família.

Em 1843, a convite de Mendelssohn, Schumann foi contratado para dar aulas no Conservatório de Leipzig, mas não se revelou um bom professor. Nessa época, viajou para a Rússia em companhia da esposa e, quando voltou à Alemanha, os distúrbios psíquicos revelaram-se cada vez mais graves. Decidiu então morar em Dresden e, posteriormente, em Düsseldorf, onde arranjou o emprego de diretor musical de orquestra. A saúde e os surtos psicóticos, porém, comprometeram seu trabalho. Novo fracasso.

A partir de 1845, a qualidade das obras de Schumann visivelmente começou a cair. Deprimido, em 1856, as idéias de suicídio passaram a atormentar-lhe com insistência. Naquele ano, chegou a jogar-se no rio Reno, mas foi salvo por um grupo de barqueiros. Por vontade própria, foi enviado logo depois a um manicômio em Endenich, próximo a Bonn, onde morreu ao lado da esposa, Clara, e do amigo e discípulo Brahms.

     
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